quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Esferas

E eu que insistente duvido das minhas incertezas
Interrogando diuturnamente minhas certezas
E rogo e peço e clamo e acredito que logo
Rogo para que sem tardar desperte
Assuma descubra desassombre sobriedades
Desmoronando a toda falsa verdade
Transformada enfim em pó
Desmistificadas as mais sábias ignorâncias
Cale-se qualquer estudada arrogância
Ânsia somente ante o cálice do simples
Transbordante libertador extasiante transmutador
Ressurja a desejada assustadora realidade
Sempre tão presente na desrealização
Quantos amanhãs – ainda – no calendário
Já se foram e não vimos e não ouvimos
Tanto o que não queremos
E assim esperamos pelas manhãs
Tão estranhamente malsãs
Ampulhetas invertidas tempos diversos
Tempo. O mesmo
Da mesma indefinível vida
Entre o que não deve ser e o que é
Sendo aquilo que -inteligente sina- deve ser
Sentindo prossigo ao largo da pseudo-solução
Evocada generalizada ilusão difusora da desilusão
Qual o sentido fora dos padrões querida a solidão
Luzes artificiais também iluminam respostas
Mágicos encontros vidas idas e vindas
Silenciosamente a esperança prossegue
Dentro dessa esfera angustiosa solução
Despeço o tormento lamento
Tempo ao tempo...
Desconheço o quanto de tempo
Calmamente aguardo o momento
Dentro do nada simplesmente
Abraço a amplidão


Renata Rothstein

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