domingo, 2 de outubro de 2011

Vendavais

Antevejo murais limiares estelares espetaculares
Vias lácteas labirínticas monumentais estátuas lunares
Lunáticas labaredas sedes da sede do ser sempre
Ando aprendo o esquecimento necessário e lento
Renúncias obrigações caminhadas olhares
Olhos vendados influxos esdrúxulos em mente
O fluxo dos vagalhões mentes sufocadas que se perdem
E mentem e a vida vadia vagueia vocifera
Fera na esfera ferida ânsia ferina fascina
Desmedidos poderes aparecem perecem nos seres
Porém imperam despotismo invertido
E é tudo pó
Vontades desinformadas lamentos solitários
E é só
Tornada sua a vontade alheia queira ou não ela se esgueira
Dentre os aliados alinham-se desalojados receios
Alelos destinos parelhos estranhamente paralelos
Na pele anelo justiça feiticeiros multifacetados
Forjam o amanhã mortíferos renascimentos
Lembranças fatos esquecimentos natimortos
Antídotos
Pressinto a gentil sutileza do não ser - sendo
Esquecendo de tudo apreendo me rendo
No violento vento dos vendavais me perco
Transformo e desejo e não vejo voltar nunca mais
Deixo o que ficou para trás
Lampejo de horizontes
Reticências
...


Renata Rothstein

Um comentário:

  1. Poema definitivo, poderosamente elaborado, casando musicalidade e imagética, com maestria única!

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