Voo para longe ao encontro de mim mesmo
Dentro de mim começo quem sabe se há um fim
Alguém de fora que foi o que um dia eu quis
Oferto o que já não tenho e perco o que não me pertence
Para que assim renascendo turbilhão exasperante
Cruze metafisicamente as paralelas vias atemporais
Daquilo que permanente por enquanto está
E do que estranhamente nunca houve antes
Aquilo que nunca antes tão pouco ouvi
Estações temporais sensações convenções
A toda monotonia fuga do convencional
Sanções diretrizes voo vou em busca de raízes
O limítrofe racional auto destruído é libertador
Sou o que não sei um livro um sonho uma janela aberta
Infinidade divindade liberdade insanidade
Recorro à incoerência corrompo a impotência
De tudo o que ilusoriamente transgride minha ciência
Assumo arrumo sumo ressurjo presumo
Voo e afundo e aprumo meu descaminho
Incansável sigo bravamente embora ainda veja
Sigo colhendo impressões e solitário é o caminho
Contraste doloroso e gritante na absurda multidão
Permanecer ainda que presente um ilustre desconhecido
É reconhecer-me - mea culpa - ausente no meu próprio ninho.
Renata Rothstein