segunda-feira, 7 de maio de 2012

Amanhã será tudo igual...



E amanhã será tudo tão igual
O hoje o amanhã
Indiferença, afinal
Penumbras e claridades

Trôpega levito extenuada despida de mim
Sigo o desconhecido áspero caminho de volta 
Meu leme destruído meu lema não proferido e eu
Preferiria gritar o delirante saber do não se saber e evitar

Ante a multidão afoita a fonte da ironia míticos aforismos
Intermediários do mesmo princípio enregelada concessão
A súbita retomada de um capítulo fragilmente terminado
Detalhes subliminares atraem olhares trazem nas mãos

Trêmulas o holocausto casto e covardemente recusado
Pelos soberbos representantes ausentes no julgamento
Litígios e conluios e bradam adversárias transparências
E sou a louca a primeira e a última pessoa vergando espanto

Sendo muitas vezes nada de mim e assim muito mais
Tudo o todo o tolo todo o labirinto e a asfixia e sinto
Pressinto as distâncias e tudo é incerto e longe e tão perto
Tropeço. Meço meus sonhos quebro os grilhões me apresso

Dentro do inatingível a celebração do invisível é doce
E intolerante com os que buscam a cômoda inércia
Incinero obviedades sádicas dispo néscias suposições
Malas da vida prontas portões chegadas e despedidas

Tudo hoje é diferente
A indiferença, o final
A luminosidade e eu
Tudo que não quero. E o breu.

 
Renata Rothstein

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