Signos bandoleiros horizontes dilacerados
Um passo e o precipício principia dilúvio e cio
Anseio e desvirginada a maldade freme - treme
Blefa relutante uma pausa o não instante
Ininterrupto deserdar as invisíveis mãos
Tateiam na lasciva escuridão o que foi pó
Hoje só na estrada descrente as brumas
A petulante luminosidade semi-invade
O delírio do espectral faroleiro assoma
Assombra os poucos ainda encantos
Enquanto há os tantos cantos iluminados
Percalços e desacelero de soslaio subtraio
Apenas pensamentos as penas e os livramentos
Faleço infâncias renasço sonhos somente espero
Uma esperança presente tão viva na ausência
Fervilha nos intervalos o dolente laço fugaz
Arremedos de longínquos horizontes dilacerados
Silenciam as vozes as almas porque há tudo a dizer
E é muito e nunca em vão o perecer do que ainda assim
Permanece as paredes igualam as dores guardam saudades
No fim das tardes diuturnamente renasço falecidas infâncias
Livramentos e penas pensamentos apenas
Exílios e sentenças.
Renata Affonso
Se não for a maior obra prima da poesia moderna, é a única
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