domingo, 25 de setembro de 2011

Voo para longe, dentro de mim



Voo para longe ao encontro de mim mesmo
Dentro de mim começo quem sabe se há um fim
Alguém de fora que foi o que um dia eu quis
Oferto o que já não tenho e perco o que não me pertence
Para que assim renascendo turbilhão exasperante
Cruze metafisicamente as paralelas vias atemporais
Daquilo que permanente por enquanto está
E do que estranhamente nunca houve antes
Aquilo que  nunca antes tão pouco ouvi
Estações temporais sensações convenções
A toda monotonia fuga do convencional
Sanções diretrizes voo vou em busca de raízes
O limítrofe racional auto destruído é libertador
Sou o que não sei um livro um sonho uma janela aberta
Infinidade divindade liberdade insanidade
Recorro à incoerência corrompo a impotência
De tudo o que ilusoriamente transgride minha ciência
Assumo arrumo sumo ressurjo presumo
Voo e afundo e aprumo meu descaminho
Incansável sigo bravamente embora ainda veja
Sigo colhendo impressões e solitário é o caminho
Contraste doloroso e gritante na absurda multidão
Permanecer ainda que presente um ilustre desconhecido
É reconhecer-me - mea culpa - ausente no meu próprio ninho.

Renata Rothstein

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