domingo, 15 de janeiro de 2012

Andarilha

Penso. Em meio ao dia, em meio à doce guerrilha.
Andarilhando penso.
Hei de resistir, digo, existir.
Pessoas são apenas pessoas...que bom.
Apenas o delírio fabuloso de inferno, paraíso, gozo e dor.
Já não há penas. Há o apenas.
Mais do que um quase bem aglomerado de moléculas que pode ser chamado de ser humano.
Defendo convictamente que os indesejáveis sempre presentes  porras- loucas salvarão o mundo através da teoria da involução.
Involutivamente surgirá o arcabouço paradoxal do definitivo e real através do novamente nada, inteligência translúcida e duradoura oponente ao mascarado, sempre utilizado.
Todo mundo faz parte desse processo, mesmo sem saber.
E está todo mundo acostumado e segue o trenzinho acreditando que está condenado!
Eu tentei subornar a energia cósmica, bullying sideral a me afligir.
É, ela não aceitou, talvez para não ser desmascarada na sua aparente pose de lenda urbana, quem sabe?
Porque o ser, enquanto humano (detesto isso, parece que daqui a pouco o ser vai virar um duende), possui características do céu e da terra, matéria respingada pela aquarela do Algo.
Enquanto ele não despertar verdadeiramente a kundalini, o ser, a vontade, o desejo de  não querer, por que não?, não conseguirá atingir os píncaros dos rodapés!!
E olha que avanço!
Não espere que um cogumelo aprenda a fazer sorvete e nem que o sorvete vire cogumelo.
É e sempre será a essência.
Pessoas são vira-latas espirituais (vira-latas são os mais espertos!) e, dentro do enervante ilusório conceito evolutivo (beijo, Darwin!), a vaidade reina no meio e nas beiradas do lunático e abitolado não rumo do ser o que não se é (ou o que se quer ser).
Contudo, façamos um sincero esforço para crermos na extrema e sincera boa vontade que leva a todos a darem o melhor de si, no mais profundo estilo abraçaralhos fraternos a todos os colegas do hospício chamado planeta Água ( é, ex Terra).
Sempre fazendo o que se há para fazer. Tenho certeza.
As escadas esquizofrênicas que soturnamente sobem levando para baixo temem mais do que afrontam a caquética coragem do sonhado meio metro quadrado.
O sonhado meio metro quadrado de monotonia é o meu pior pesadelo!
Algo que vivi e que, náufraga mental, cultuei durante um bom tempo da minha não tão longa vida...
Eu, sempre indo além do meu meio metro quadrado.
Fora de esquadro.
Mais do que um sorriso calado num quadro.
Um enxame. Um vexame, Um turbilhão.
Talvez um nada. Provavelmente um tudo.
Sou somente mera semente, quando posso e me esforço sou camaleoa.
Rumores insistem em me falar de rumos.
.
Sou o ame ou o odeie, sou eternamente qualquer coisa em reconstrução.
Delírio e religiosidade, fábula e realidade, luxúria e castidade.
Sou heresia e sou perdão.



Renata Rothstein

Nenhum comentário:

Postar um comentário