segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Esquinas

Solitária  era somente a noite nos descaminhos sem fim
Trêmula pálida esquálida inválida quase esperança
Meus pés descalços sangrando cálidas desilusões
Ávida por reconstrutores voos ansiava meu coração
Demolindo danosos devaneios depredados deméritos
E suplicante pedia me salve de mim antes que venha o fim
Antes que as estrelas desabem inclementes sobre meu submundo
E eu tenha então a alma devorada pelo artífice abismo
Ampulhetas vadiam vagueiam vociferam vitórias antes
Do tempo que holograficamente sutil e revolucionário
Dentro de mim o louco e o mago acelero o passo
Embora não pareça sem medo me lanço e é o espaço
Naus benfazejas deliberam a salvação em meio ao caos
E são teus braços a me dar por todas as eras a remissão
Canto semeio encontro no fim a resposta de todo erro
O teu amor me salva me cala me acalma e determina
Sopre em cada eu em cada pedaço seja o meu ser a tua rima
Fazendo incansavelmente renascer a luz que contamina
Em cada minha perdida esquina nas torres por onde eu andei
Desmedido encanto derramo meu pranto e me espanto
Ouso encontrar de relance o que jamais desejei
Se por eras era você tudo o que eu precisava
Não tema tire minhas algemas e traga a redenção
Dissipe meu grito despindo no rito transcenda o que é teu
Meu ritual acenda aprenda ascenda seja sempre o meu outro eu


Renata Rothstein 



Um comentário:

  1. É tão deliciosamente Magistral este poema do Amor Maior, que o êxtase é viver após lê-lo!

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