domingo, 1 de janeiro de 2012

Silêncio

Silencio
A manhã em mim suplicante caça o que há
Ainda de eterno na leveza do que se foi
Existente antes do fim de tudo que já não existia
E ainda assim comprazia-se em agonizar
Dançando incansável insuspeitos ardis
Do tudo ao nada, o tudo e o nada
Quando o tudo estrategicamente é nada
Embaralhado frenético arrebol de tumultos
Espelhos partidos nas clareiras jazem vazios
Orquestrados enganos vislumbres e desencantos
Fugaz é o laço fácil desejável vertiginosa ascensão
Exasperante é o fugir de si diminuta é a fuga
Em si demolindo lasso é o salto ao interno
Ato o desencontro no despenhadeiro
Definitivo e desenfreado gozo da libertação
A inesperada indispensável  metanóia
Reconhecida toda a ignorância infinda
Tantas vezes bem vinda
Ansiosas torres de Babel hospícios de luxo
Externam todo o irrefletido júbilo imolado
Esperançoso raquítico esperar extenuado
Enfim, junta-se o ego a todo arcabouço
Arca de inutilidades demolidas e no fundo
Do auto calabouço entoado derradeiramente
O sublime canto aterrorizante flamígero instante
Feito apenas de algumas chegadas e muitas despedidas
Visões portais encruzilhadas fênix mensageiras
As cinzas tingem de rubi reconstruídas vidas
Do pó ao pó do nada o renascer
Misteriosamente resisto,
E resistindo, transcendo
 Novamente transformo minha irrealidade
Em insistente transitória antítese
De toda transcendental real ilusão



Renata Rothstein

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