domingo, 4 de março de 2012

Memórias




Sigo. Talvez...Um dia?
Não preciso entender para sentir
Porém são os sentidos traiçoeiros
Sei e isso já não é o suficiente
E para onde vão as memórias
Quando até mesmo elas – doces companheiras
São retiradas abrupta e absurdamente
De nós, dentro dos indigestos nós
Permanecendo insistentes em qualquer vão
Em vão suspiro insisto deliro fatalidades
Retiro-me de mim mesmo cínica assisto
Depreendo insólitas antigas verdades
Tão carinhosamente rememoradas
E sempre excessivamente lembradas
Para que nunca sejam esquecidas?
Ironia é a arte mais constante da vida
Talvez seja o constante relembrar
O que faz justamente com que ela
Seja eternamente esquecida
Inclemente desejada doce e cruel
As portas cerradas não impedem, contudo
A invasão de tudo que está - imperceptível
Suscetível serenamente gritando em sonhos
As lacunas de estrelas esquecidas ainda
Brilhando morrendo e revivendo...sendo
Pouco a pouco num leito esquecido
Deito deixo divago desato desenganos
Espectros me cercam e a escuridão
Faz-se dia em mim e quase tudo ilumina
São assim as lembranças esquecidas
Porém quando até isto nos é tirado
Para onde vão os momentos passados
Passados ainda tão presentes
Sem volta?
Eu sigo!
Talvez...
Renata Rothstein

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