quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Despertar no Exílio

Disfarço meu caminhar cheio de segredos
E avante sigo piso cada palmo imenso degredo
Indômita persigo meu auto exílio enquanto
Aguardo heróico auxílio desisto de fugir já
Mundos paralelos pesadelos desproporcionais
Difusos órgãos de idolatria mística a hipocrisia
Desaproximando atos inaptos os anti-finais
Quando  mais concorridas são burlescas figuras
Desencantando a antífona toda malsã alheia
Mérito ao guerreiro e à sua invisível capa
Dentro da queda da demolidora guarda
Traga e mantenha consigo a chama guardiã
Celebre antes de futuro novamente
Viva esse passado que insiste em se manter
Presente e somente na presença dos deuses
Armam-se vinganças pactos esperanças
Vão é perfilar-se esperar do sumo sacerdote
Qualquer indelével favorável decisão – que virá
Forjo então na estopa meu traje cerimonial
Antes que tenha início cicatrizemos as ilusões
Ritual e coragem e pavor e passagem
A massa tribal habitante tão daqui mesmo
Executa o canto único e definitivo claustrofóbico
No espanto implanta-se a histérica soberania
Eu convencida pois da minha invencibilidade
Reúno meus tesouros ciganos deixo cair o pano
Demoradamente avalio cada infindável segundo
Sinto que já não sobrevivo ou ao menos se o que
Penso ser um grito perdido fica longe menos aflito
Dono do espaço infinito pressinto a proximidade
Justo na lágrima que insiste em vergonhosamente
Cair e trazer e levar consigo o erro e voltar atrás
Lá reside a imensa força de toda fragilidade
Respiro vislumbro na aurora caminhos que
Não obstante toda a dor de cabeça erguida eu percorria
Sorrio. ‘Audi nos’ avança para mim a turba
Tempo testemunha sempre muito tão confiável
Ainda de pé não me prostro o único terrível claustro
É então minha própria talvez falível égide mente
Somente confio rezo aguardo pelo despertar
Acordo criança para reencontrar o começo
Recomeçando o que virá do ilusório fim
Ansiosa espero interdimensionais decisões
Explosões tratados combates – a calmaria
Inúmeros descaminhos, dentro de mim.




Renata Rothstein

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