domingo, 12 de fevereiro de 2012

Lá vem a Ventania

E lá vem a ventania
Ventando como ela quer
De onde veio não sei
Sussurrou que lá de longe...
Será que do pólo norte?
Sei lá eu onde isso fica!
Veio assim não sei de onde
E carrega gente bem forte
Danada de ventania
Carrega o que ela quiser
Carrega caminhão carrega barco
Carrega até vaca e o que vier
Ventinho tão ágil e ligeiro
Ele às vezes carrega mulher
Mulher braba e encrenqueira
Que o sujeito já ‘num’ quer
Danado de vento bravo
Já vem fazendo favor
Está já a Serafina livre
De todo e qualquer perigo
Saiu voando no vento
O chato do Bastos seu marido
Vento sem tempo e idade
Leva embora o chapéu do doutor
Acaba com a vaidade
E essa agora distinto amigo
O danado já derrubou
Segura a saia dona Maria
Que o vento já arribou
Sua saia levantada
Acredite no que lhe digo
Só não viu foi quem não olhou
Mas concorde comigo amigo
O mesmo vento que destrói
É o mesmo que traz as “flor”!
O mundo girando ao relento
Eu só por só querer ser só
Girando e girando com o vento
Mundo lento mundo lento
Ligeiro vento ligeiro mesmo
É o vento ventando verdade
Durando apenas um momento
Venha de onde vier
Sopre por onde quiser
Só não diga que vai embora
Sem que eu diga o que é que é!
Lentos somos nós no mundo
Porém linda a vida é
E nisso é que acredito
E por isso eu sigo cantando
O vento vai assobiando e
Só não canta quem não quer
Eu canto acompanhando o vento
Não desisto insisto tento
Tenho a minha galhardia
Portanto já estou na estrada
Assim que clareia o dia
Me leva p’ra onde vai
Me leva pra onde quer
E sigo com a ventania
A vida é a montaria
E eu sigo é com a minha fé!



Renata Rothstein

Um comentário:

  1. Estupendo! Seja no ritmo, repleto de mouro, seja no surpreendente dos versos, um maravilhoso jeito de cantar a liberdade única!

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