quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Distâncias

Levante-se e siga
Não será daqui a qualquer tempo
Mais do que (mais um) retrato empoeirado
Na estante baú dos meus instantes
Sei que sou louco
Talvez  pouco para dizer
E sei sou fraco o suficiente para sucumbir
E forte o bastante para superar um fim
O fim
Siga vamos levante-se não vacile
Agora veja há luz lá fora
Torne mais fácil menos irritante este
Todo já pretérito perfeito
Distante
E dispa-se de mim de uma vez
Da mesma forma que dia após dia
Eu vestia você de vez dentro de mim
Como cenas de um execrável folhetim
Recorra escorra nos sentidos perdidos
Toda e qualquer folha guardada
Sua caixinha de jóias bijouterias
Mesquinharias que já não valem nada
Ainda sou eu o mesmo e é o que temo
Serei ainda aquele que teimo
Meu próprio não olhar insiste em procurar
Você num vão qualquer dentro de você
Ou de mim tão longe e tão perto
Desperto não há solução decerto
Sangro minhas mãos e rasgo tudo
Tudo que faça lembrar então vá!
Suma assuma risque em mim sua visão
Porque dentro de mim é você a eterna razão
Nem sempre finais são felizes
Muitas vezes não temos finais
Contento-me apenas com os poucos sinais
E tento e prossigo e esqueço um pouco do dia
Mais uma e conto nos dedos histórias
As histórias que tenho para guardar
Dia lindo vazio maravilhoso e inútil
Um dia...nada além de um dia
Em que resolvi te amar.


Renata Rothstein

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