quarta-feira, 27 de julho de 2011

Antiteístas hieróglifos

Averiguando a vida, livros ordinários
julgo: o juízo não se faz mais necessário
quando aquilo que se pressente
o nada do totalmente inexistente
que já se fazia, de fato, em brumas se consumia.
Sumia.Sem sentido.
 Cem anos, viver contido. Contrito.
Contententamento sequestrado
contundentemente veio
e revelou-se, furor franzino
Daquilo que eu  ainda  poderia
traçar, compulsivamente, usando
compassos ilusório-efervescentes
Mais tudo do que o existente
é somente o ter no âmago do amanhã
 a ânsia tão ansiada, cansada
 esmagada brutalmente
renegada ao direito de estar.
Quando as luzes de neon avisam que é a hora da partida
cavalgo céus recolhendo estrelas
Lembranças...
que de alguma forma
me tragam à  memória
Misterioso pensamento
Hierografado.
Arco celestial apagado
Antiteístico espetáculo
cometas fugidios surgiam
enquanto no caos nascia,
destemperada,  a tempestade
 chegada tarde, e ardendo no apêlo,
 Apelo, não me impeça de tecer castelos
não peça, nada pode impedir
desordenados indesejados furacões
às vezes surgem, sem ninguém pedir
Ou impedir.
E, com mágicas mãos feridas
do arado trilhado no chão
da caminhada indefinível - sem chão
Ato contínuo, continuo sozinho no ato
perco o chão, ao exercer tão somente
latente obviedade
realidades vindas tarde.
Aquilo que se faz ausente.
Real é a momentânea
realidade permanente
da presente solidão.

Renata Rothstein

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