sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cedo entardeço


Entardecendo cedo certamente cede
minha alma, que cegamente, segue
em meio aos familiares, contadores de histórias
eucaliptos, semi fantasias da solidão
percorro, corro, coração hemorrágico
o sofrido sangue sereno solfêjo
do que, juro, havia, naquela miragem
mirabolante manhã
Quando calabouços ainda tremiam, fremiam
eram apenas o arcabouço
Predições, artes, magias benfazêjas
o tudo, que contudo, ardia
Desfazia-se.
Do pó ao pó, finda-se o dia.
sigo pela trilha a estranha matilha guia
daquilo que nunca foi
num dia que não havia
Escolha da vida? ou minha?
Semeando sigo silenciosamente
Diuturnamente entre a matilha insolente
Solenemente aplaudo o caos,
avisto os eucaliptos, do cais.
Carrego no ombro o realêjo,
ambíguo mensageiro da sorte
Encaro o poente, anoitece
Morro a vida e vivencio a morte.

Renata Rothstein



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