sexta-feira, 29 de julho de 2011

Arthur Rimbaud

L'ETERNITÉ
Elle est retrouvée.
Quoi?
L'Eternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Âme sentinelle,
Murmurons l'aveu
De la nuit si nulle
Et du jour en feu.

Des humains suffrages,
Des communs élans
Là tu te dégages
Et voles selon.

Puisque de vous seules,
Braises de satin,
Le Devoir s'exhale
Sans qu'on dise: enfin.

Là pas d'espérance,
Nul orietur.
Science avec patience,
Le supplice est sûr.

Elle est retrouvée.
Quoi? –
L'Eternité.
C'est la mer allée
                      Avec le soleil.
                         [Mai 1872]


                        A  ETERNIDADE                             (Tradução:  Augusto de Campos)


De novo me invade.
Quem?
A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.

Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.

Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.

De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.

Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.

De novo me invade.
Quem? –
A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.


Bela  inspiração para quem espera a invasão de Eternidade. Eternização.

"Vamos apreciar sem vertigem o tamanho de minha inocência."
            Arthur Rimbaud

Um comentário:

  1. Oi Renata! Cheguei até aqui através do convite do Eriko e me surpreendi com teu espaço.
    Tudo tão cheiroso, tão femeamente escrito e ornado...adorei tuas poesias,és uma belíssima poeta,além de belíssima mulher.
    Parabéns!!

    Beijão

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