quinta-feira, 21 de julho de 2011

Folha em Branco


Eu, ainda perdida, na busca de me encontrar
Te encontrar, quem sabe, talvez
Talvez esta seja minha vez
anseio louca a folha em branco
aquela, que acena,
na cena que não esqueci
a cena obscena suave serena
 cena de amor,
doce feroz e serena 
 em que te conheci
dádiva vida folha branca
de paz-esperando-esperança...
quando o não ser é a possibilidade extrema
Explicada
perdida grafada em desconhecida língua
Marcada na folha errada
Desfiladeiros que se inventam
sem hora, roteiros, sem nada
Espirais infinitos dentro de mim
Rascunho, escrevo, apago
Começo outra vez, assim
Quimera tristemente risível,
 força-se a ser crível
auto defesa na folha em branco 
de possibilidades, sendo tudo e sendo
Nada.
No azougue percorre-se estradas ensolaradas
e no fim do caminho clama-se a tempestade
Em sendo aquilo muito tudo
do que pode caber dentro de mim
Enquanto posso ser nada
 no muito
o muito, quase sempre,
 é o disfarce do nada
Há, contudo, esperança, enfim!
Ainda tenho a tal folha em branco
a ser preenchida
Longe do fim
Há Vida,
você em mim.

Renata Rothstein

Um comentário:

  1. Um flha que ficou tão rica, e tão expressiva, que não é de espantar o quanto a Poesia é Maior com Você!

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