segunda-feira, 18 de julho de 2011

Saudades de mim...



Insisto, na manhã em mim, vazia
A manhã é vazia e casa é também.
A vida que antes se apresentava e dizia
Sou a força que transcende o tudo e o nada
Acredite, persigo o sol e caminho trôpega por essa estrada
Eis o que ofereço: esse mistério. Ou o nada.
Do fio do fim da minha audaz provocação
Procuro dócil e selvagem, louca e santa
Dispenso apresentações, deliro e relevo quaisquer devaneios
Se o fim justifica os meios
Aquilo que já não me espanta,
Meio sorriso torna-se gargalhada
Debocho da vida e debocho da morte.
E respeito as duas e a despeito de ambas
Serem na verdade uma constante, posso adorá-las!
Faltam argumentos que convençam
Busco o entendimento, uma luz,  mas o único verniz é o da vidraça
As luzes artificiais seduzem e são tão banais
Prossigo, se há um caminho é porque devo seguir, instigo
Metanóias forçadas não vão me seduzir
Devo? A meta mesmice não me devora
Decifrada...inclemente decepção
Engano eu a você
Espelho de eus sem sentido
Labirintos, ando e não me sinto perdida
A bússola, meu coração
Nas ruas por onde vagueio, me observam generais, de esguelho
Trago apenas a sapatilha velha, ela sabe como e porque veio
Não busca aplausos, reconhecimento
E para que o convencimento
Atributos argutos abstrações abortadas
 Energia  explosivamente ígnea, em mim
Forjaria universos fantásticos, mentes que mentem
Tão bem que quem nota é quase ninguém
Seriam solapadas para seu próprio bem
E quem não tivesse medo
Encontraria ainda, atordoado, o fim e o valor da lição
Sofrida, vitoriosa, extrema, amiga de sempre
Esperada solidão.

Renata Rothstein

Um comentário:

  1. Esta Indagação, Maior, é a mais Definitiva Poesia, com a qual um Poeta ousa Sonhar...e em Você é Realização!!!

    ResponderExcluir