segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Horizontes



Monitoro o inquebrantável
No anseio mais insistente
De tornar o que já não se sente
Lindamente inominável agito

Lanço ao mar revolto o buscar
Minha revolta marulhando o voltar
Horizonte perolado mar espelhado
Espelha o que há de novo

Em mim, do início, que não haja um fim
Sou, sim, tudo o que jamais planejei
Falíveis bolas de cristal estilhaçaram-se
Diante do ouro do dilúvio do amanhã

A manhã derramada no eterno sim
Sinal do muito que está por vir
O porvir te chama, a vida clama
Acende aquela excelsa chama

Realidades subjetivas desfilam
Na minha ilusão objetiva
Nada sobra, pois o pouco tudo
Tudo, que ainda sinto, haverá

Tropeça na ferrovia via que fervilha
Fervilhante sinaliza sonora a hora
De ir e seguir e não parar não parar
Parar. Parar o tempo para que eu me vá.


Renata Rothstein

Um comentário:

  1. A magistralidade do Poema é tão Grande, quer pela elaboração finamente construida, quer pela riqueza da vivência expressa no sofisticado mergulho no Ser-Adentro, que desde já fica definido como um clássico da Poesia.

    ResponderExcluir