quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lápides

Exaurem-se as novidades no regaço do fogo de palha
Assustados boquiabertos querubins colhem as flores esquecidas
Na soturna festa de nada mais nada menos que o nada mesmo
Dilapidadas lápides lapidadas laceram as lexicais lições

O suspiro inventado pelo fanfarrão vencedor do torneio
Dissonante disputa retumbante inferno repugnante
Nada divinal comédia inferno pobre de Dante
Ainda que por amor ao Amor venham os santos a entoar os cantos

Os cantos hoje vexados escondem-se fogem envergonhados
Pelos cantos e frestas de selvas que revelam a súplica da alma
Esconderijos ocultam momentaneamente o fogo que nunca se apaga
Não se cala no fundo da mala surge o encanto o monte inatingível

Fora o tangível sabido pelo ingênuo desconhecimento nada romântico
Avistando uma vez a lonjura celestial destinada somente - pasmo
Aos que a buscam enveredando-se doando adorando sem imposições
Estóicas ações a viagem avança esperanças nos estertores do que é

Passado. Ao limbo o presente imperfeito e o pretérito mais que perfeito
Fronteiriça enfermiça latejante grandiosidade permitida contra a vontade
Garantida pela escalada solitário e austero paradoxo da perplexidade
Os outros tantos cantos continuarão a ser entoados por toda a Eternidade


Renata Rothstein



Nenhum comentário:

Postar um comentário