quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Imaginações

Só desejava de volta o próprio eu borrado quase breu
Gravado tão guardado esquecido nalguma gaveta
Por tanto tempo que no próprio momento
Perdeu-se. Tão bom esconderijo esquecido tolice

Arrependimento do ontem deslizando entre os dedos
O momento em que emergia sublime o então presente timbre
Auge da felicidade escapando da realidade relativa
Tudo o que havia era o peito a dor e uma alma vazia

A casa vazia a gente que não havia. O retrato
Apenas ele que numa lembrança fugidia sorria
Relicários espectrais assumem postos e identidades
Torpores inventados fugas cômodas necessidades

Ainda o é e será enquanto houver
Profetizo haverá muito embora a multidão
Grite, alardeie, incendeie, só a solidão
Repleta de assombrosos calafrios segue só

Só segue suportando insuportáveis sacrifícios
Insaciáveis incansáveis intensas ironias
Os dias são passados visões anos luz
Archotes esquecidas impossíveis lições

Rendamos graças a todo desprezar
Olvidando serenado fica o turbilhão
Iludido no resoluto luto me debato liberto do luto
Escapos no imaginário devolvem ao caos a ilusão





Renata Rothstein

Um comentário:

  1. É Genial, rebeldemente Genial....um convite á insubmissão pelo que a rebeldia possui de mais subllime: a POESIA em CARNE VIVA!

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