segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Silêncios


Silêncios. Gritos. Servos. Senhores severos
Na casa vazia grita a terrível companheira solidão
Fantasmas de natais passados invadem a cena trazem à tona
Mercadorias barganhadas outrora , gritante sofreguidão

Desleal a anfitriã alegria sorrateiramente observa o presente
O presente passado esquecido é pisado, socado, silenciado.
Memórias alienígenas vacilam repercutindo o tino da agrura
Cálido espectro de aço inventado gerado soprado sobrepujado

Erguendo o cajado relíquia de íntima presença reluzente
Sabidas caladas traçam a troça da rota temida
Alhures perene marcada alcançada fábula remida
Enferma manhã bela irmã extremamente cansada

Gritam os silêncios quando na obscura profundidade
Antevêem céleres os célebres anfitriões da verdade
A marcha insistente conhecida apenas pela duplicidade
Somente consente apóia assiste inominável dignidade

Renata Rothstein


Um comentário:

  1. A poesia confessional, de tom abrupto guiado pela musicalidade intrínseca ao estado emotivo, é das mais difíceis artes poéticas, uma vez que o controle do íntimo exercido pelo domínio técnico, apenas com o mais estruturado equilibrio é criado com sucesso, caso presente, pois a Autora alia técnica esmerada com sentimento finamente emanado.

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