segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Labirinto



A saudade dói, a saudade corrói o que ainda me resta,
E que entra por uma fresta, na ex-festa do meu coração...

O que resta... coração sorrateiro me esnoba, pela fresta que resta avisto portais
Resfolegando desperto percebo concluo a vida hoje é um porão, claustro guardião da minha companhia solidão


Noutros tempos havia festa naquele mesmo coração, janelas douradas permitiam a virginal visão, jamais imaginaria habitar os submundos perdidos na imensidão
De gélidos pálidos descompassados pedaços de vida retiro o antídoto que sara a ferida, invado a partilha de um passado imperfeito

Perfeito que ainda vive e ainda grita e ainda luta e crê e se agiganta
Reergo em sonhos minha enfraquecida alma, retomo a sonhada antiga direção que inadvertidamente esqueci

As feridas sempre cicatrizam, apenas uma cicatriz relata o tudo que fiz
Respiro levanto invento a ação esqueço o passado e acerto os ponteiros do meu sofrido coração

Contemplar novamente aqueles dourados portais da vida seria apenas e tão somente ilusão
Realidades vivo você vivo de mim mesma fugindo querendo me esconder e nessa fuga o inexorável me encontrar

Postergando extra labirinticamente encontrar a saída no permanecer
Caminhos impossíveis lamentam a inútil temida presença do nunca te esquecer

Permaneço
Solucionando serenidade será sempre sinal sonho
Sou sonhadora

Renata Rothstein

Um comentário:

  1. LABIRINTOS é como uma progressão de sonhos, um Universo Onírico modulado de uma voz que que torna Ouro Puro ao devaneio estelar, e daí, faz a Vida mais exemplar.

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