segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Subterfúgios




Personagens indefiníveis estereótipos da própria razão
Trafegam pelo porto visionário antiestático da vida
Esvaziam-se perante as adesões os leões covardes da melancolia
Eu mesma, personagem auto desconhecida, insisto

Persisto em busca de esquálidos ajustes inalterados
Buscando a direção - engano - teima a direção errada
Espelhos ilusionistas trapaceiam na fronteira do flagrante
Quando fragrâncias evidenciam trajes pioneiros de pensamentos

Confusos cantados camuflados pensamentos derrotados
Quiçá existiram e assim, ao por do sol, partindo
Invertem o princípio da busca, a missão do destino
Tornam-se os donos das razões estrategicamente irracionais

Peregrinando sonhos usurpadores do sentido
Alternam campo e cidade, mar e saudade, flor e beijo
Alteram alternando altares alter egos e alienações
Nações fugitivas irrompem dentro do meu peito

Acometido pelo gênero espanto alegria temo
Encorajo, labiríntico caminho, persigo a saída e não acho
O verso alardeia a calma encontro a mim mesmo
Procurando cicatrizar a ferida trafego pelo inverso do revés

Revezo fogo, fogo que ateio, transito pela intransponibilidade
Invisível alheio trafego precipitado
Transitoriedade perpétua indisponibilidade
O tempo estipulado por juízes insubordinados

Ordinariamente subornados desafiantes insignificantes
Não me afeiçoo a presentes pretéritos provedores do fim
Escolho a idílica sensação redentora e perversa do inevitável
Destoando da irrisória desfaçatez das máscaras

Execrando o desnecessário viver, não fujo
Realizo e interminável, refuto o não ao perdão
Acho no árduo caminho o fugaz eixo
Encaro, descaro, desmascaro o subterfúgio, me deixo.


Renata Rothstein







2 comentários:

  1. A Poesia de alto voo só é possível e aceitável quando quem a compõe é capaz de fazer da técnica, base, para que a mente alcance alturas inimagináveis, como faz a Autora, ao desenvolver este belíssimo e genial Poema, um cantar extremo da riquíssima e vasta Vida Interior.

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  2. Renata querida, sinto alargar tua alma...
    Inundada por palavras...
    refluxos das nascentes de tuas emoções a flor da pele,pela porta entreaberta do teu coração,
    fluindo toda a inquietação do teu cerne!!!\
    belíssimo texto!!!bjs e carinhos, Rachel KeKa.

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